segunda-feira, 16 de maio de 2016

Revolução Praieira 1848 a 1850

Resumo

Introdução

A Revolução Praieira foi uma revolta de caráter liberal e federalista ocorrida na província de Pernambuco entre os anos de 1848 e 1850. Dentre as várias revoltas ocorridas durante o Brasil Império, esta foi a última. Ganhou o nome de praieira, pois a sede do jornal comandado pelos liberais revoltosos (chamados de praieiros) localizava-se na rua da Praia.

Contexto e causas da revolta

Em 1848 o Senado brasileiro era dominado por senadores do Partido Conservador. Os senadores conservadores vetaram a indicação, para uma cadeira do Senado, do liberal pernambucano Antônio Chinchorro da Gama. Este veto provocou uma revolta em determinado grupo de políticos liberais de Pernambuco. Os pernambucanos também estavam insatisfeitos com a falta de autonomia política das províncias e concentração de poder nas mãos da monarquia.

Revolta e reivindicações

Os políticos liberais revoltosos ganharam o apoio de várias camadas da população, principalmente dos mais pobres, que viviam oprimidos e sofriam com as péssimas condições sociais. Os praieiros chegaram a tomar a cidade de Olinda.

Em 1 de janeiro de 1849, divulgam o Manifesto ao Mundo. Neste documento, os praieiros reivindicavam: 

- Independência dos poderes e fim do poder Moderador (exclusivo do monarca);

- Voto livre e Universal;

- Nacionalização do comércio de varejo;

- Liberdade de imprensa;

- Reforma do Poder Judiciário;


- Fim da lei do juro convencional;

- Fim do sistema de recrutamento militar como existia naquela época.

Fim da Revolta e consequências

A rebelião foi derrotada pelas forças oficiais no começo de 1850. Muitos revoltosos foram mortos durante os combates com as forças oficiais. Os líderes e demais participantes foram presos e julgados, embora tenham sido anistiados no ano seguinte. 


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A Revolução Praieira, ocorrida na província de Pernambuco de 1848 a 1850, foi um movimento separatista, misturado com disputas partidárias pelo poder e com a revolta popular contra as más condições de vida. O Brasil vivia o início do Segundo Reinado (o governo de dom Pedro II), depois do fim do período da Regência, e a Revolução Praieira recebeu influência das revoluções liberais que ocorreram em vários países da Europa em 1848. (O famoso Manifesto comunista, de Karl Marx e Friedrich Engels, foi redigido nesse ano.) Foi um período que ficou conhecido no Ocidente como “Primavera dos Povos”.

Insatisfação em Pernambuco

A monarquia brasileira era duramente contestada pelas novas ideias liberais da época. Era muito grande a insatisfação com o governo imperial, pois todas as decisões tomadas no período regencial (de 1831 a 1840) tinham que ser submetidas ao imperador. Os brasileiros reivindicavam maior força frente aos comerciantes portugueses (que ainda dominavam a economia local) e a população pobre lutava por melhores condições de vida.
As lutas internas entre os partidos e os grupos políticos da época que disputavam o poder culminaram numa série de revoltas provinciais, e a última delas foi a Revolução Praieira, cujo nome homenageava o Partido da Praia, fundado pelos revolucionários.
Pernambuco era a província mais importante do Nordeste, graças aos engenhos de açúcar, todos propriedade de famílias poderosas e influentes na política brasileira. A família Cavalcanti, por exemplo, era dona de um terço dos engenhos. Uma frase da época simboliza bem a situação: “Quem não é Cavalcanti é cavalgado”.
O restante da população mostrava-se insatisfeito com essa concentração fundiária e com o poder político na mão de tão poucos. O comércio local era dominado por portugueses, o que também causava revolta entre os comerciantes brasileiros.
Dada essa situação de desgaste, o Partido da Praia foi criado para opor-se ao Partido Liberal e ao Partido Conservador, ambos dominados por duas famílias poderosas que viviam fazendo acordos políticos entre si. Devido a esses acordos, muitas vezes era difícil distinguir o Liberal do Conservador, como muitas vezes aconteceu na política brasileira.

Reivindicações

O Partido da Praia pregava a revolta porque o presidente da província, do Partido Conservador, distribuía os melhores cargos administrativos aos membros de seu partido e a uma pequena cúpula do Partido Liberal, deixando os demais de fora. Os contratos para realizar obras públicas também eram manipulados.
A Inglaterra, grande potência mundial da época, pressionava o Brasil a extinguir o tráfico de escravos, pois desejava expandir seus mercados e o escravagismo era um entrave ao avanço capitalista e industrial. O efeito dessa constante pressão inglesa gerou o aumento do preço do escravo e a sua escassez, dificultando a vida de muitos que dependiam dessa mão de obra. Porém as poderosas famílias dos partidos Liberal e Conservador não foram atingidas, pois compravam os negros por contrabando e a preços melhores. Já os proprietários rurais de menor posse pagavam preços exorbitantes. Tal situação também foi denunciada pelos rebeldes da Revolução Praieira, que mesmo sendo liberais, não defendiam a abolição.
Havia dois jornais: o Diário de Pernambuco (dos conservadores, também chamados de “gabirus”, uma espécie de rato, por serem acusados de ladrões pelos praieiros) e oDiário Novo (dos rebeldes praieiros). Todas as denúncias eram divulgadas na imprensa, mas quando as divergências tornaram-se mais violentas a guerra começou.

O conflito

Em 1844, o Partido da Praia cresceu mais, até chegar ao poder. Uma vez no governo local, seus líderes agiram como os antigos conservadores: demitiram todos os funcionários e nomearam seus aliados, gerando um verdadeiro caos administrativo.
Como os gastos na administração pública eram muito altos, o presidente da província de Pernambuco aumentou os impostos para arrecadar mais verbas, gerando a alta no preço dos alimentos. A situação gerou insatisfação nas camadas populares, que depredaram os estabelecimentos comerciais, que pertenciam a portugueses.
A luta entre gabirus e praieiros acirrou-se em 1847, quando os praieiros venceram as eleições para o Senado. No ano seguinte, o governo foi assumido por um presidente (como se chamava o cargo de governador na época) de ideias moderadas. Com isso, os praieiros foram afastados da administração, causando a revolta. As demissões dos praieiros os levaram a atacar Recife, dando início à luta armada. A rebelião se iniciou em Olinda, em 7 de novembro de 1848; nesse dia, os líderes praieiros lançaram o “Manifesto ao Mundo”.

Cerca de 1.500 combatentes praieiros lutaram contra as tropas do governo imperial, que interveio e pôs fim ao conflito. Mais de quinhentos revolucionários foram mortos, trezentos acabaram presos (vários foram anistiados posteriormente) e outros fugiram para o exterior. Assim terminou a última das grandes revoltas regionais brasileiras do tempo do Império.



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No começo do Segundo Reinado, a ascensão dos liberais que apoiaram a chegada de Dom Pedro II ao poder foi logo interceptada após os escândalos políticos da época. As “eleições do cacete” tomaram os noticiários da época com a denúncia das fraudes e agressões físicas que garantiriam a vitória da ala liberal. Em resposta, alguns levantes liberais em Minas e São Paulo foram preparados em repúdio às ações políticas centralizadoras do imperador.
Nesses dois estados os levantes não tiveram bastante expressão, sendo logo contidos pelas forças militares nacionais. Entretanto, o estado de Pernambuco foi palco de uma ação liberal de maior impacto que tomou feições de caráter revolucionário. Ao longo da década de 1840, setores mais radicais do partido liberal recifense manifestaram seus idéias através do jornal Diário Novo, localizado na Rua da Praia. Em pouco tempo, esses agitadores políticos ficaram conhecidos como “praieiros”.
Entre as principais medidas defendidas por esses liberais estavam a liberdade de imprensa, a extinção do poder moderador, o fim do monopólio comercial dos portugueses, mudanças sócio-econômicas e a instituição do voto universal. Mesmo não tendo caráter essencialmente socialista, esse grupo político era claramente influenciado por socialistas utópicos do século XIX, como Pierre–Joseph Proudhon, Robert Owen e Charles Fourier.
Em 1847, o movimento passou a ganhar força com a nomeação de um presidente de província conservador mineiro para conter a ação dos liberais pernambucanos. Revoltados com essa ação autoritária do poder imperial, os praieiros pegaram em armas e tomaram conta da cidade de Olinda. A essa altura, um conflito civil contando com o apoio de grandes proprietários, profissionais liberais, artesãos e populares tomou conta do estado.
Em fevereiro de 1849, os rebelados tomaram a cidade de Recife e entraram em novo confronto com as forças imperiais. Nesse período, o insurgente Pedro Ivo surgiu como um dos maiores líderes dos populares. Entretanto, a falta de apoio de outras províncias acabou desarticulando o movimento pernambucano. No ano de 1851, o governo imperial deu fim aos levantes que contabilizaram cerca de oitocentas baixas.



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No início do século XIX, Pernambuco era a mais importante província do nordeste. Seus políticos tinham muita influência no Rio de Janeiro, graças ao açúcar.
Naquela época, a sociedade pernambucana era dominada pela família Cavalcanti, que mandava e desmandava segundo seus interesses. Além disso, a monopolização do comércio pelos portugueses começou a gerar insatisfação das camadas populares em Pernambuco.
Assim como em outras partes do Brasil, em Pernambuco existiam dois partidos: liberal (dominado pelos Cavalcanti) e conservador (dominado pelos Rego Barros).
Essas duas famílias faziam acordos políticos com muita facilidade. Assim, Francisco de Paula Cavalcanti tornou-se presidente da província em 1837, através de um acordo com os Rego Barros e, em 1840, foi a vez de Francisco Rego Barros (barão de Boa Vista) assumir a presidência.
Em 1842, alguns integrantes do Partido Liberal se rebelaram e fundaram o Partido Nacional de Pernambuco (Partido da Praia), eles acusavam Rego Barros de distribuir os melhores cargos aos Cavalcanti e seus aliados mais próximos.

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Fontes:

http://escola.britannica.com.br/article/483513/Praieira,%20Revolução
http://brasilescola.uol.com.br/historiab/revolucao-praieira.htm
https://pt.wikipedia.org/wiki/Revolução_Praieira
http://www.suapesquisa.com/historiadobrasil/revolucao_praieira.htm
http://www.infoescola.com/historia/revolucao-praieira/
http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/historiadobrasil/revolucao-praieira.htm