Hidrografia
Há poucos lagos e lagoas no
estado, como a Lagoa do Araçá e a Lagoa Olho D'Água,
ambas na Região Metropolitana do Recife. Na
periferia do município do Recife encontram-se dois belos cartões postais do
município, os Açudes do Prata e de Apipucos, sendo o primeiro pertencente ao
Parque Dois Irmãos. Além disso, existe um conjunto de reservatórios
distribuídos por todo o estado, com destaque para o Reservatório de Jucazinho,
considerado o maior de Pernambuco, localizado na região Agreste,
próximo ao município de Surubim. Os manguezais são
abundantes em todo o litoral, porém foram praticamente extintos na RMR devido à urbanização (com a
exceção do maior mangue urbano do Brasil,
cercado por bairros da zona sul do município do Recife,
como Boa Viagem).
Porém, nos anos 90, houve um programa de re-implantação do mangue nas margens
do Rio Capibaribe, desenvolvido pela prefeitura do
Recife, trazendo de volta a vegetação ao rio por toda o município.
Rios
São Francisco, Capibaribe, Ipojuca, Una, Pajeú e Jaboatão são
os rios principais. O São Francisco é de importância vital para o interior do
estado, principalmente para distribuição de umidade através de irrigação.
Litoral
O litoral do estado de Pernambuco tem cerca de 187 km de
extensão, entre praias e falésias, zonas urbanas e locais praticamente
intocados. Além das praias, possui o arquipélago de Fernando de Noronha, Patrimônio Natural da
Humanidade, e suas 16 praias. Faz fronteira ao norte com a Paraíba e ao sul com Alagoas.
Litoral Sul
O litoral sul do estado, que têm cerca de 110 km de praias,
é famoso por diversas praias conhecidas nacional e internacionalmente, como Porto de
Galinhas. Turistas de todo o país se hospedam nos luxuosos hotéis e resorts do litoral. Conta também com
importantes pólos industriais, principalmente petroquímicos,
e o porto de Suape,
de importância nacional.
Atualmente o litoral sul vive uma fase de progresso franco e
rápido. Só na praia de Muro Alto,
localizada no município de Ipojuca, foram investidos mais de R$ 70 mi pela
iniciativa privada para a construção de resorts de nível internacional, aptos a
receber hóspedes de todos os países. Através do Programa de Desenvolvimento
Integrado do Turismo, no litoral sul foram investidos US$ 25 mi para obras de
infra-estrutura, capacitação de mão-de-obra e preservação do patrimônio
histórico. Com o Fundo de Amparo ao Trabalhador, foram capacitados cerca de 890
profissionais para a área de turismo. Pelo mesmo fundo, 2400 pessoas foram
treinadas para trabalhar nas indústrias do litoral.
As praias de Piedade e Candeias são densamente habitadas, cercadas por
altos edifícios de luxo. A partir de Itapuama, o padrão das praias passa a ser de longas faixas de areia
pouco habitadas, onde é praticado pelos nativos pesca e artesanato, e se
encontram os diversos hotéis e resorts.
A economia do litoral sul não-urbano é baseado em turismo e
artesanato. Em Porto de Galinhas, há diversos restaurantes, bares, lojas de
artesanato e de artigos de mergulho,
casas de shows, além é claro de dezenas de hotéis e pousadas.
Litoral Norte
. O Litoral Norte do Estado é mais densamente habitado do que o
litoral sul, quase urbanizado por completo desde a Região Metropolitana do Recife até a fronteira da Paraíba.
Tem um dos sítios históricos mais importantes da região, como as cidades de Olinda, Itamaracá e Goiana,
povoada desde 1508. Construções do brasil-colônia, como o Forte Orange,
são muito visitados por turistas que passam pela região.
É característica do litoral norte suas formações geográficas
mais variadas - ilhas fluviais como Itamaracá, diversos rios e suas
desembocaduras, bancos de areia, entre outros. A fauna é variada, destacando-se
as aves migratórias que periódicamente chegam
à ilha Coroa do Avião e Fernando de Noronha. Ambas as ilhas têm
estações de pesquisa ambiental.
HIDROGRAFIA
A hidrografia
da área está constituída por duas categorias de rios: rios litorâneos e rios
translitorâneos. Os primeiros nascem e deságuam na zona litorânea, sendo, em
geral, perenes. Os segundos nascem no Agreste Pernambucano, onde apresentam
regime temporário, tornando-se perenes ao penetrarem na Zona da Mata.
Os rios
litorâneos, embora de dimensão reduzida, desempenham importante papel na
manutenção dos ecossistemas e das comunidades do espaço em apreço. Incluem-se,
nessa categoria, os rios Massangana, Merepe, Maracaípe, Formoso, Ilhetas,
Mamucabas e Meireles. O rio Massangana serve de limite entre os municípios de
Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca, tendo como formadores os rios Tabatinga e
Utinga de Baixo, ambos com nascentes no município de Ipojuca. No primeiro
situa-se a Barragem do Bita e, no segundo, a Barragem do Utinga, mananciais
integrantes do sistema de abastecimento
hídrico do
Complexo Industrial Portuário de Suape. O rio Massangana deságua ao sul do
promontório de Santo Agostinho onde encontra o Tatuoca - um rio que nasce a 6
km da foz, constituindo, em quase toda a sua extensão, parte de uma complexa
rede de canais e estuário afogados. O rio Merepe nasce na porção central do
município de Ipojuca, em terras do Engenho Queluz, com o nome de Arimbi, e
segue a direção sudeste até a Planície Costeira onde toma a direção geral
nordeste, passando a correr paralelo ao litoral até a desembocadura onde, após
formar extenso manguezal, encontra-se com o rio Ipojuca, desaguando, juntos, ao
sul do Porto de Suape.
O rio
Maracaípe, também localizado no município de Ipojuca, nasce próximo à PE-060,
em terras do Engenho Todos os Santos, dali seguindo para sudeste até a Planície
Costeira que percorre no sentido norte-sul, ladeado por manguezais e restingas,
até a desembocadura no Pontal de Maracaípe.
O rio
Formoso nasce na porção noroeste do município de mesmo nome, em terras do
Engenho Vermelho onde estão localizadas as cabeceiras de seus dois formadores -
os riachos Vermelho e Serra d’Água - cuja confluência se dá a montante da sede
do Engenho Changuazinho. A partir desse ponto, já com o nome de rio Formoso,
dirige-se para sudeste, passando pela cidade homônima. Três quilômetros a
jusante desta, o referido rio alcança a Planície Costeira dominada por seu
amplo estuário que se dilata a nordeste e norte através dos vários braços
constituídos pelos rios Goicana, dos Passos, Porto das Pedras e Lemenho.
Com seus
largos canais, esses rios engendram uma trama compacta de mangues e salgados
que, a oeste, nordeste e norte, se estendem até o sopé dos morros e colinas que
bordejam a Planície Costeira e, a leste, confinam com os terraços marinhos
atuais. Próximo à desembocadura, localizada entre a Ponta de Guadalupe e a
Praia dos
Carneiros,
o rio Formoso recebe o Ariquindá e seu afluente União - dois importantes
componentes de sua bacia.
Na bacia
do rio Formoso localiza-se a barragem do Coçocó, responsável pelo abastecimento
hídrico da sede municipal, à qual deve, em breve, somar-se o reservatório em
construção no rio dos Gatos, a pequena distância da primeira.
Os rios
Mamucabas e Ilhetas localizam-se, na quase totalidade, no município de
Tamandaré. O Mamucabas, bem menor que o Ilhetas, nasce a oeste da Reserva
Biológica de Saltinho, próximo ao Engenho Barro Branco. Ao penetrar na Reserva,
é represado, para formar o reservatório que abastece a cidade de Tamandaré. Da
nascente
até a
Planície Costeira, que atinge nos arredores do núcleo urbano supracitado, o
Mamucabas corre no sentido noroeste-sudeste, tomando, a partir dali, a direção
sul na qual se mantém até a desembocadura onde encontra o rio Ilhetas e juntos
deságuam no Pontal que leva esse nome.
O rio
Ilhetas nasce na porção sudoeste do município de Rio Formoso, próximo à divisa
deste com o município de Tamandaré, onde estão as cabeceiras de seus dois
principais formadores - os córregos Primavera e Paraíso – cuja junção se dá a
montante da sede do Engenho duas Bocas (município de Tamandaré). Desde a
nascente, o Ilhetas toma a direção sudeste na qual se mantém até a Planície
Costeira. Ao aproximar-se do litoral inflete para nordeste e, nessa direção,
atinge a desembocadura onde encontra o Mamucabas. No percurso que fazem
paralelamente ao litoral, ambos são ladeados por manguezais separados do mar
por estreito cordão arenoso. O Ilhetas, no entanto, no trecho a montante do
manguezal, possui ampla várzea alagada que se estende por cerca de 4 km.
O riacho
Meireles (totalmente perene) nasce na extremidade oeste do município de São
José da Coroa Grande e percorre a parte central desse município, no sentido
oeste-leste até as proximidades da PE-060, onde toma a direção sudeste até o
limite interior da Planície Costeira, seguindo, a partir desse ponto, a direção
nordeste até a desembocadura ao norte da cidade de São José da Coroa Grande.
Nesse último trecho, o riacho Meireles teve seu canal retificado para
aproveitamento da várzea com cultivo de coqueiro, com provável redução da área originalmente
ocupada com manguezal.
Os rios
translitorâneos, dada a extensão que possuem e o número de afluentes que
recebem, atravessam o Litoral Sul com um volume razoável de água, ao mesmo
tempo que, pelo fato de banharem núcleos urbanos de relativa expressão
demográfica, desprovidos de saneamento básico, apresentam, em alguns trechos,
níveis de poluição
elevados.
Na categoria em questão incluem-se os rios Pirapama, Ipojuca, Sirinhaém e Una.
O rio
Pirapama, com cerca de 80 km de extensão, nasce no município de Pombos e tem
77% de sua bacia no município do Cabo de Santo Agostinho onde banha a sede
municipal e o Distrito Industrial, ali, localizado. Devido a condicionamentos
estruturais (adaptação a linhas de falhas), o Pirapama muda, várias vezes, de
direção, entre a nascente e o início da Planície Costeira, que percorre no
sentido geral oeste-leste até a altura da Praia do Paiva.
Nesse
ponto, inflete para o norte, encontrando, mais adiante, o rio Jaboatão. A
partir dali, percorrem juntos 2,5 km, até a desembocadura em Barra de Jangada.
No trecho entre Camaçari e o rio Jaboatão, à retaguarda da praia e da restinga
do Paiva, encontra-se o manguezal do rio Pirapama e parte daquele do rio
Jaboatão.
Os maiores
tributários do Pirapama encontram-se em sua margem esquerda e são, em ordem
decrescente de extensão, os rios Gurjaú, Cajabuçu e Arariba (Macacos), todos
com nascentes no município de Moreno. No primeiro, localizam-se as barragens de
Gurjaú e Sucupema, integrantes do sistema de abastecimento de água da Região
Metropolitana do Recife, às quais deverá somar-se a barragem de São Brás a ser
construída poucos quilô-
metros a
montante daquelas duas e a do Pirapama, a localizar-se nesse rio, a montante do
Engenho Molinote. Pela margem direita, sobressaem, em extensão, os afluentes
Santa Amélia, Utinga de Cima e Camaçari, o primeiro inteiramente localizado no
município do Cabo de Santo Agostinho e os dois últimos com nascentes no
município de Escada.
O rio
Ipojuca tem sua nascente no município de Arcoverde (Serra das Porteiras), entre
as localidades Pedreiras e Lagoa, a uma altitude de 876 metros. Segue a direção
geral oeste-leste, da nascente até a cidade de Gravatá, onde inflete para
sudeste, mantendo-se nessa direção até a desembocadura ao sul do Porto de
Suape. Nesse percurso, o Ipojuca banha várias cidades dentre as quais se
destacam Belo Jardim, São Caetano, Caruaru, Bezerros e Gravatá (no Agreste),
Escada e Ipojuca (na Zona da Mata), recebendo das mesmas um volume elevado de
poluentes ao qual se acresce a carga poluidora da atividade agroindustrial (usinas,
destilarias e canaviais) localizada em sua bacia.
Tendo a
maior parte da bacia hidrográfica comprimida entre as bordas da grande falha do
Lineamento Pernambuco, o rio em apreço possui apenas um afluente de relativa
extensão - o riacho Liberal - que com ele conflui pela margem direita, a
sudoeste da cidade de Sanharó. Na maior parte de seu trajeto, o Ipojuca é um
rio de regime temporário, tornando-se perene apenas na Zona da Mata onde se
encontra cerca de 1/6 de seu curso. No trecho que se segue à Usina Ipojuca,
apresenta ampla planície fluvial, na quase totalidade ocupada com
cana-de-açúcar até a altura da Usina Salgado onde, aos poucos, o canavial vai
cedendo lugar ao manguezal que se dilata para o norte e para o sul,
interligando-se ao dos rios Tatuoca e Merepe, com os quais forma um amplo
estuário afogado.
O rio
Sirinhaém nasce na Serra do Alho no município de Camocim de São Félix com o
nome Riacho Tanque das Piabas. Toma, inicialmente, a direção sul e, a seguir, a
direção geral sudeste, cortando os municípios de Bonito, Barra de Guabiraba,
Cortês, Ribeirão, Gameleira, Rio Formoso e Sirinhaém em cujo litoral deságua
após compor, com seus vários braços (rios Arrumador, Trapiche, Aquirá, além do
próprio Sirinhaém), um amplo e complexo estuário onde se encontram algumas
lagoas, numerosas ilhas e extenso manguezal com sua variada fauna. Segundo Relatório
Técnico da CPRH elaborado em maio de 1998, cerca de 17 ilhas do citado estuário
são habitadas por pescadores que, além da captura de espécies do mangue e do
rio, praticam agricultura de subsistência.
À
diferença do rio Ipojuca, o Sirinhaém tem grandes afluentes, destacando-se como
tais os rios Tapiruçu, Camaragibe e Amaragi, todos pela margem esquerda. Um
outro traço característico desse rio é o fato de apresentar, em alguns trechos
do médio curso, a planície fluvial bastante desenvolvida, a exemplo da que
ocorre entre os Engenhos Cachoeirinha e Limão Doce, na qual está localizada a
Usina Cucaú.
Tendo em sua
bacia algumas cidades e indústrias de médio e grande porte, tais como: as
fábricas Capri e Faco (em Ribeirão), a destilaria Amaraji (em Amaraji), as
usinas Pedrosa (em Cortês), Estreliana (em Ribeirão), Cucaú (em Rio Formoso) e
Trapiche (em Sirinhaém), o rio em análise recebe uma carga elevada de efluentes
(domésticos e
industriais),
comprometendo a qualidade de suas águas, sobretudo no período de estiagem,
quando, segundo informação de moradores das localidades atingidas pelo efeito
dessas descargas, ocorrem freqüentes mortandades de peixes e crustáceos.
O rio Una
nasce na Serra do Salobro, no município agrestino de Capoeiras. Toma a direção
nordeste até a cidade de Cachoeirinha, dali seguindo no sentido oeste-leste até
Barra do Riachão (município de São Joaquim do Monte) onde, finalmente, toma a
direção sudeste que mantém até encontrar a Planície Costeira. Ao penetrar nesta
última, o Una inflete bruscamente para o sul, passando a correr paralelamente
ao litoral, à retaguarda de extenso cordão arenoso (antiga ilha-barreira) que,
juntamente com ilhas fluviais e planícies recobertas por manguezais, alguns de
porte gigante, conferem aspecto particular ao seu estuário. Deságua na
localidade denominada Gravatá do Una, na divisa entre os municípios de São José
da Coroa Grande e Barreiros.
Torna-se
perene ao atingir a Zona da Mata, onde se encontra mais de 50% de seu curso.
Tem como principais afluentes o riacho da Chata e os rios Panelas, Pirangi,
Jacuípe e Carimã, todos pela margem direita, situando-se os três últimos na
Zona da Mata. Em seu trajeto, o rio Una banha cidades agrestinas com economia
relativamente dinâmica tais como São Bento do Una (importante centro de
produção avícola) e Cachoeirinha (tradicional centro produtor de queijo e de
derivados de couro) bem como os dois maiores centros urbanos da Mata Meridional
Pernambucana - as cidades de Palmares e Barreiros - que, juntamente com algumas
usinas e respectivas áreas tributárias de matéria-prima, constituem-se em fonte
de poluição desse importante curso de água do Litoral Sul.
Fontes:
http://www.cprh.pe.gov.br/downloads/13_Hidrografia.pdf
http://www.srhe.pe.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=323:mapas-das-bacias-hidrograficas&catid=42:documentos&Itemid=75